TEM TERRENOS RÚSTICOS NO PARQUE NATURAL DE SINTRA-CASCAIS?
FAÇA PARTE DO FUTURO DO PARQUE NATURAL
Uma Zona de Intervenção Florestal (ZIF) é comparável a um condomínio fechado maioritariamente composto por floresta, matos, pastagens e agricultura. Este “condomínio” envolve terrenos de vários proprietários e é administrado por uma única entidade. A sua criação passa por várias fases de consulta pública e a sua administração é feita de acordo com um Plano de Gestão Florestal (PGF) revisto e aprovado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), garantindo a gestão responsável e sustentável de toda a ZIF.
Objetivos de uma ZIF
- Organizar e estruturar o território
- Garantir a manutenção dos terrenos (ex.: corte de mato, plantação)
- Prevenir e reduzir os incêndios rurais
- Proteger os valores naturais e as suas funções
- Substituir espécies de plantas exóticas por espécies nativas das nossas florestas
- Reduzir o abandono dos terrenos
- Enriquecer a paisagem e gerar benefícios através de atividades agroflorestais (ex.: pastoreio, apicultura, fruticultura e horticultura)
- Desenvolver atividades de desporto e turismo da natureza
- Variar e aumentar os benefícios fornecidos pelos ecossistemas naturais
Quem pode aderir à ZIF?
- Proprietários de prédios rústicos
Vantagens de aderir à ZIF?
- Apoio técnico permanente prestado pela entidade gestora
- Gestão profissional dos terrenos
- Incentivos fiscais e económicos
- Prioridade na obtenção de fundos para ordenamento, gestão e defesa da floresta contra incêndios
- Maior resiliência do território a incêndios rurais e a pragas e doenças, contribuindo para a saúde geral da floresta
- Reconhecimento na forma de certificação da gestão florestal sustentável
JUNTE-SE À ZIF DE CASCAIS
A ZIF de Cascais será criada através do projeto LIFE ResLand, para aumentar a resiliência da vertente cascalense do Parque Natural Sintra-Cascais aos efeitos das alterações climáticas.
Sobre o Plano de Paisagem
Valorizar a paisagem como património é o grande propósito do Plano de Paisagem de Cascais, que está a ser implementado no Parque Natural Sintra-Cascais.
Este plano pretende recuperar e valorizar a paisagem e os processos ecológicos que lhe estão subjacentes, na sequência da evolução verificada nas últimas três décadas em que o território rural ficou descaracterizado e perdeu identidade. Aquilo que em tempos era uma paisagem rural é hoje uma zona de transição, onde a linha entre o campo e a cidade desapareceu, fruto do crescimento da malha urbana.
Considerando que se trata de uma área protegida com estatuto europeu, importava salvaguardar este território com potencial para conservação da natureza e valorização do legado histórico.
Assim, o Plano de Paisagem resulta de um entendimento com os proprietários privados e a necessidade de, reconhecendo o seu direito de propriedade, valorizar os seus territórios na prestação de serviços dos ecossistemas à comunidade, que deles beneficia direta e indiretamente. Pretende-se alterar drasticamente o modelo de gestão da paisagem, partindo de uma visão integrada e de um objetivo comum. A parceria estabelecida entre proprietários e instituições garante um território bem gerido, preservando a sua identidade e seu legado histórico e constituindo-se como um polo de dinamização do turismo de natureza, num harmonioso espaço que conjuga a natureza e a interação humana.
“Organizar” a paisagem vai permitir que as funções dos recursos naturais e os serviços dos ecossistemas funcionem em pleno, com impacto direto na qualidade de vida da população. Os diferentes usos do território deverão ser compatíveis com os valores naturais e culturais, protegendo, valorizando ou enaltecendo a vida selvagem, a história e os saberes da região. As comunidades presentes neste território ficarão, assim, protegidas, beneficiando pelo facto de estarem inseridas numa área protegida bem como das dinâmicas económicas e sociais promovidas.
Outro dos impactos positivos do Plano de Paisagem está no risco de incêndio florestal, que é reduzido face à alteração de uso do solo, que compatibiliza usos e potencia a valorização dos habitat e espécies, contribuindo para um espaço rural mais resiliente. Além disso, a implementação das ações visa aumentar a resiliência sustentável dos espaços rurais aos impactos das alterações climáticas.
Em setembro de 2021 realizaram-se duas sessões participativas para apresentação e discussão do Plano de Paisagem de Cascais. Mais informação sobre as sessões aqui.
O Plano de Paisagem de Cascais, que abrange uma área de estudo e intervenção de cerca de 2357,13 hectares (ha), distribuídos por duas freguesias: 2199,63 ha na freguesia de Alcabideche (93%) e 157,26 ha na união de Freguesias de Cascais e Estoril (7%), está disponível aqui.
Outras informações relacionadas com a Gestão Florestal no Parque Natural Sintra-Cascais podem ser consultadas neste link.
Prémio europeu Damir Čemerin atribuído ao projeto "O Parque é Nosso"
O Gabinete Europeu para a Redução do Risco de Catástrofes, das Nações Unidas (UNDRR) atribuiu, a 26 de novembro de 2021, o Prémio Damir Čemerin ao Município de Cascais. O projeto vencedor “O Parque é Nosso” relaciona-se com as ações de estabilização de emergência e de aumento da resiliência dos espaços rurais, implementadas na sequência do incêndio rural de 6 de outubro de 2018, com 428 ha de área ardida.
No primeiro ano foram executadas ações para controlo da erosão do solo em áreas de declive acentuado, através da sementeira de gramíneas anuais em faixas e manchas, espalhamento de estilha de madeira em faixas e instalação de barreiras de ramos difusos ao longo das curvas de nível. Em paralelo, foram desenvolvidas ações de controlo de erosão e proteção das linhas de água, evitando cheias e inundações e deslizamento de vertentes, através da colocação de gabiões enrocados no sentido transversal à linha de água e de fardos de palha em zonas de escorrência natural e potencial perda de solo.
Nos anos seguintes, para aumentar a resiliência dos espaços rurais, instalou-se um cercado com cavalos garranos em área de recorrência de incêndios, para diminuir naturalmente a carga de combustível. Para além disso, controlaram-se invasoras exóticas e plantaram-se espécies autóctones. A população é regularmente envolvida em ações de voluntariado e sessões participativas.
A implementação destas ações, suportadas pela natureza, aumenta a resiliência dos espaços rurais aos riscos naturais, salvaguardando pessoas e bens e beneficiando a biodiversidade. Os resultados positivos destas ações, economicamente viáveis, sustentam o seu potencial de replicação a nível nacional e internacional.
O conhecimento adquirido irá facilitar a rápida resposta em situações pós-fogo, evitando a ocorrência de riscos consequentes dos incêndios rurais. Sendo o Parque Natural muito utilizado pela população é fundamental o seu envolvimento para aumentar o sentimento de proteção e defesa dos espaços rurais aos riscos naturais.
O Parque é Nosso: https://www.youtube.com/watch?v=eQDrIkPrZxo
Prémio Damir Čemerin: https://www.youtube.com/watch?v=A-fFOqufjCc
