Centro de Interpretação foi inaugurado em maio.
O projeto da Quinta do Pisão – Parque de Natureza reúne um conjunto de valores naturais e histórico-culturais que o tornam singular para a região onde se insere, daí a importância da sua preservação e recuperação. Com este projeto pretende-se criar uma paisagem de transição entre o aglomerado urbano e a serra, em que a diversidade de ecossistemas e habitats naturais promove a biodiversidade ao mesmo tempo que é feita a aproximação desta biodiversidade aos visitantes da Quinta dos Pisão.
Numa perspetiva cénica do que se pretende para este espaço, a floresta de quercíneas é dominante e alterna com os matos mediterrâneos com diferentes estado de desenvolvimento entre o carrascal e o maxial, pontuados por clareiras de prados naturais mantidas pelo pastoreio de gado, onde ocorrem orquídeas entre outras bolbosas.
Os caminhos e trilhos existentes permitem desenvolver vários percursos a pé, de bicicleta ou a cavalo com apoio de sinalética direcional, sendo a experiência complementada com informação que vai sendo disponibilizada em painéis interpretativos sobre os habitats naturais, o património histórico-cultural e outros pontos de interesse.
As estruturas edificadas como os estábulos, azenhas, fornos de cal e casas de apoio estão recuperadas e adaptadas aos novos usos, salvaguardando a sua traça original e mantendo a sua integridade, funcionando como apoio à visitação ou pontos de interesse museológico.
A Quinta inaugurou em maio deste ano o Centro de Interpretação e Apoio ao Visitante que visa proporcionar uma experiência entusiasmante a quem queira conhecer este espaço. Funcionará como espaço multifuncional, contendo uma exposição interpretativa sobre a Quinta, instalações sanitárias, cafetaria, salas para atividades e um pequeno auditório, para além de possibilitar o aluguer de bicicletas, segways ou agendar uma visita à Quinta com um guia, em passeio pedestre, a cavalo ou burro.
Com um plano de atividade próprio e uma comunicação forte e dinâmica, a Quinta do Pisão promove um conjunto de atividades variadas que proporcionam momentos, aprendizagens e divertimento entre os visitantes.
O espaço suporta ainda vários habitats naturais e semi-naturais prioritários à escala europeia. Os prados vivazes em solos calcários são frequentemente ricos em orquídeas (6210), um habitat que surge em pequenas manchas entre a vegetação arbustiva mediterrânica e que tende a desaparecer com o desenvolvimento natural da vegetação.
A introdução de cavalos Sorraia, dos Burros de Miranda e de gado caprino de raça Serrana, visando a renaturalização da paisagem e a redução do risco de incêndio, veio ajudar na preservação deste habitat, devido ao papel modelador dos herbívoros no crescimento da vegetação. Para avaliar o efeito do pastoreio a equipa técnica está a fazer o inventário das espécies presentes nestes pequenos prados, com maior destaque para as orquídeas selvagens. A par de outras espécies igualmente protegidas como os Maios, foi confirmada já a ocorrência de 12 espécies de orquídeas selvagens, frequentemente presentes em núcleos numerosos e pontualmente diversos.
Dotadas de adaptações únicas, as orquídeas mimetizam frequentemente insectos para atrair os seus polinizadores. De pequena dimensão, são frequentemente apenas detectadas quando em floração, entre janeiro e maio, e todas as espécies são protegidas, pelo que não devem ser colhidas nem retiradas do local, pois representa perda para o fundo genético das populações.
Este espaço está inserido na Rede Natura 2000.