Palavras de Joana Balsemão, vereadora do Ambiente na Câmara Municipal de Cascais, na apresentação da estratégia para o Parque Natural Sintra-Cascais e na ação de voluntariado que decorreu dia 12/10, na Quinta do Pisão.
Na Casa da Cal, espaço interpretativo e de apoio à entrada da Quinta do Pisão, teve lugar uma reunião com cerca de 20 proprietários, possuidores de terrenos no Parque, um núcleo de fundadores que juntamente com a autarquia pretendem constituir uma ZIF – Zona de Intervenção Florestal. O objetivo da ZIF é definir o futuro do Parque, aproveitando sinergias.
Aberta a todos, a ação de voluntariado ambiental que se seguiu preencheu toda a manhã, levando vários munícipes a participar na remoção de espécies invasoras, construção de ninhos e abrigos para insetos e ainda numa intervenção nas linhas de água.
A ação pretendeu assinalar um ano sobre o fogo (dia 6 de outubro de 2018), que percorreu desde a Penina até à Cresmina e que consumiu cerca de 400 hectares de paisagem e também uma ano sobre o dia memorável em que afluíram mais de 1000 pessoas para colaborar na limpeza e zona ardida. “Um ano volvido, vimos celebrar essa energia tão pura e positiva, que é a vontade dos cidadãos em recuperar a nossa a nossa paisagem, com a iniciativa o “Parque é nosso”, referiu Joana Balsemão, vereadora do Ambiente. Mas o dia foi também marcado pela iniciativa levada a cabo por outro tipo de participantes, alguns proprietários de terrenos no Parque Natural.
Recorde-se que cerca de 80% dos terrenos do parque são privados. E sem a sua participação não vai ser possível levar para a frente uma nova estratégia para o Parque Natural.
Nesse sentido, “hoje houve uma reunião com esses proprietários, cerca de vinte, os primeiros que mostraram interesse em serem fundadores juntamente com a Câmara Municipal de Cascais numa ZIF (zona de intervenção florestal). A ZIF é uma associação que vai permitir gerir todos os terrenos na Serra de uma forma integrada” afirmou a vereadora.
“É por estes motivos que esta manhã foi tão especial. Primeiro permitiu à autarquia demonstrar aos munícipes que desde o fogo até agora, existiu um trabalho de recuperação da zona ardida. E neste período foi desenhada uma visão e estratégia para o Parque. Essa visão e estratégia foram partilhadas com os proprietários em várias sessões de participação e esclarecimento” salientou Joana Balsemão.
Ver rebanhos nas encostas, zonas de produção agrícola, floresta sem acácias, vai ser o futuro do Parque Natural Sintra Cascais. Para tal a autarquia e privados lançam o núcleo de fundadores das ZIF, onde se irá concretizar este regresso às origens.
Após recuperar mapas e fotografias com mais de um século, a Câmara de Cascais decidiu voltar a emprestar dinâmicas ambientais, sociológicas e económicas ao parque. Uma vez que 80% do PNSC é propriedade privada, este regresso às origens passa, obrigatoriamente, por envolver os privados. A Câmara de Cascais apoia todos os proprietários que adiram às ZIF na limpeza dos terrenos.
António José de Almeida, proprietário e fundador do núcleo da ZIF disse: “aquilo que está a ser feito no Parque Sintra-Cascais é tentar ter uma reação que permita defender o mesmo de acontecimentos graves como são os fogos. Vai permitir ordenar e defender o parque. É uma reação que vai ter imenso valor, é uma reação inédita. Vale a pena fazer tudo o que for possível fazer para defender o aquilo que é nosso”.
Sob a futura marca “Parque Natural”, os proprietários podem promover os produtos com tradição histórica como, por ex., queijo, mel ou alfazema. Este caminho – de junção de público e privado, de aliar a componente ambiental aos usos tradicionais da terra – fará do parque um mosaico mais resiliente e mais dinâmico. E, sobretudo, mais vivido e protegido pelas pessoas.
Para Miguel Gouveia, repetente nestas “andanças” de voluntariado diz que gosta de fazer parte destas iniciativas que são muito válidas: “acho que é importante termos a nossa quota-parte de cidadania, isto é melhor maneira de o fazer”.
Ana Barbosa, voluntaria atarefada na remoção das espécies invasoras afirmou que a sua a vinda hoje ao parque: “tem um significado de responsabilidade social e cívica, de partilharmos a proteção do nosso território, a proteção da natureza, de recursos que necessitam que todos nós nos empenhemos
É bom voltar a ter floresta limpa, pastagens e agricultura, ou seja, criar paisagem diversa que permita maior resistência aos incêndios e às alterações climáticas e que volte a pôr o parque natural a funcionar como um todo. AQ
Mais informação : https://ambiente.cascais.pt/pt/noticias/que-paisagem-queremos-os-proximo...
https://ambiente.cascais.pt/pt/noticias/cascais-vai-criar-zona-intervenc...
https://ambiente.cascais.pt/pt/noticias/o-parque-nosso-saiba