Ouvir a população e apresentar o plano para o Parque Natural Sintra-Cascais (PNSC) foi o grande objetivo da primeira sessão de esclarecimentos aos proprietários e moradores desta área do concelho.
Luís Capão, presidente da Cascais Ambiente, adianta que esta sessão serve para “explicar aos proprietários e aos moradores desta grande área que, infelizmente, foi fustigada pelos incêndios nas últimas décadas, a visão que temos, que é uma história muito feliz, para esta área protegida do lado de Cascais.”
“A ideia é explicar às pessoas que se criarmos um conjunto entre proprietários, Câmara e os terrenos do Estado, podemos ter uma solução única na resposta àquilo que são os desafios da paisagem hoje em dia,” salienta Luís Capão e acrescenta que o PNSC: “É como um livro colorido que ao longo das gerações foi perdendo as suas cores e queremos voltar a dar cor e a colorir esse livro. As cores [do PNSC] desapareceram pelo abandono dos próprios terrenos. As gerações foram passando e foi se perdendo a ligação que existia a esses terrenos que outrora eram agricultados, tinham pastorícia, floresta, lazer e produção,” consequentemente “esse abandono veio transformar a paisagem.”
Através da ZIF, pretende-se “voltar a dar aos terrenos aquilo que eles foram outrora: a pastorícia, a polinização para fazer a produção de mel, a produção de lã, as cabras que fazem também a gestão desse território e todas as pessoas possam olhar para os seus terrenos e ter o orgulho de contar uma história nova,” conclui Luís Capão.
A apresentação da sessão foi realizada por João Melo, diretor da gestão da estrutura ecológica da Cascais Ambiente, e afirma que “esta reunião foi pioneira, tivemos a apresentar um pouco daquilo que tem sido feito a nível da restauração ecológica da área que ardeu e do desafio que temos para a frente na perspetiva de que não queremos que isso volte a acontecer”
“Ouvimos a população e as suas preocupações e apresentámos como é que podem fazer parte, tal como o município quer fazer, desta solução. É, de facto, um virar de página. O que foi para trás não correspondeu, e não corresponde, ao que nós queremos e temos de olhar é para a frente e para o futuro. Estamos a falar do futuro e do plano de paisagem do Parque Natural Sintra Cascais,” terminou por revelar João Melo.
Maria Dias foi uma das proprietárias presente na sessão e revela: “Não quis deixar de ver o que tinham para apresentar porque acho que tem de haver uma contribuição da parte dos proprietários.”
“Esta zona era muito engraçada, conheço bem isto porque tenho estado a estudar os terrenos, de uma herança dos anos mil oitocentos e tal, são todos tiras muito estreitinhas que não dá para fazer absolutamente nada a não ser com o acordo de todos os outros ao lado,” explica a proprietária que acrescenta: “Acho que foi uma ideia ótima”.
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