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Como fazer uma Horta em Casa

Localização
O primeiro passo para o sucesso de uma horta em casa é a escolha da localização certa. O fator determinante aqui é a exposição solar. No interior da habitação, a horta deverá ser junto a uma janela ou na marquise e, de preferência, virada a Sul onde a incidência de luz é maior. No caso de uma varanda ou pátio dever-se-á optar igualmente pela exposição a Sul. Caso as mesmas estejam viradas a Este ou Oeste, deve-se colocar a horta no lado Norte desses espaços para que beneficiem da luz predominante de Sul. Já no caso de um terraço o fator da exposição solar torna-se menos limitante uma vez que no topo do edifício, em princípio, não existem barreiras que provoquem sombra na horta.

Recipientes
A escolha e preparação dos recipientes rege-se por dois fatores: a profundidade das raízes das plantas que condiciona a dimensão do recipiente e a drenagem que condiciona a escolha dos materiais e camadas no recipiente. Quanto à dimensão, os recipientes deverão possuir no mínimo 20/25 cm de altura. Já a largura e o comprimento poderão ser variáveis. Quanto à drenagem é essencial colocar no fundo do recipiente uma camada drenante de bolas de argila expandida (leca) com cerca de 3 a 5 cm de altura. Para além da camada drenante é igualmente importante que o recipiente seja furado por baixo de forma a permitir o escoamento da água em excesso. Veja AQUI um exemplo.

Solo e Substratos
Solo é a base do crescimento das plantas que existe na natureza e é constituído por matéria mineral (pedras, areia, limo e argila), matéria orgânica, água, ar e seres vivos. Já o substrato são misturas de materiais que podem substituir o solo ou serem misturados com ele e são constituídos por materiais orgânicos como turfa, fibra de coco, serradura, casca de arroz, casca de pinheiro triturada e composto. Para encher o recipiente pode ser utilizado um substrato (certificado para a produção biológica) que se compra em lojas da especialidade e misturar com elementos de origem mineral, nomeadamente argila que ajuda a reter água e nutrientes e areia que contribui para o arejamento.

Plantas
Na horta podem existir plantas hortícolas, plantas aromáticas e também flores comestíveis. Importa agora perceber que plantas podem ser utilizadas consoante o espaço disponível, a profundidade dos recipientes e a exposição solar. Veja AQUI uma tabela com as plantas que são possível cultivar em 3 contextos de localização e recipientes diferentes.

Ciclos de vida
De forma a melhor planear a horta é essencial entender como funciona o ciclo de vida das plantas. Tudo começa com a germinação da semente, seguida pela fase vegetativa onde se desenvolvem as raízes, caule e folhas. Já na fase seguinte, a reprodutiva, as plantas lançam as suas flores e após a fecundação (pólen + óvulo) essas flores transforma-se em frutos onde estão as sementes. Na última fase, de senescência, a planta morre e liberta as suas sementes para nova germinação.

Desta forma e de acordo com o pretendido para cada horta em casa é possível optar por culturas mais rápidas, de ciclo curto, como alface, cuja parte da planta que se come são as folhas, ou seja, a colheita será feita antes do surgirem as flores. Já no caso de culturas como a do tomate, em que se come o fruto, ou da fava, em que se comem as sementes, ter-se-á de esperar mais tempo até que a planta lance as flores e se transformem em fruto para posterior colheita.

Para começar a cultivar podemos semear diretamente no local definitivo ou plantar com plantas que vêm do viveiro. Viveiro este que pode ser feito dentro de casa, abrigado do vento e da chuva e com temperaturas controladas. Em alternativa é possível comprar plantas de viveiro nos mercados ou em lojas da especialidade.

Ao longo do ano será possível cultivar pelo menos duas vezes: no período de Outono/Inverno com as culturas que resistem ao frio, como a couve, o nabo, a nabiça e a ervilha; e no período de Primavera/Verão com as que necessitam de calor como o tomate, a curgete, ou o feijão-verde. Algumas culturas de Primavera/Verão podem ser cultivadas no período de Outono/Inverno se estiverem dentro de casa ou na marquise, com aquecimento artificial e luz suficiente.

Nutrição
É necessário fertilizar o solo/substrato para que as plantas possam absorver os nutrientes essenciais para o seu crescimento. A fertilização pode ser feita com um composto bem maturado e/ou um adubo orgânico (certificados para a produção biológica) que se podem comprar em lojas da especialidade. Devem ser aplicados na superfície do solo/substrato e na quantidade (Kg/m2) recomendada que pode ser consultada no rótulo das embalagens dos mesmos. Como exemplo de frequência, a fertilização pode ser feita 4 vezes por ano, duas vezes para as culturas de Primavera/Verão, uma primeira quando se planta e uma segunda um mês depois e novamente duas vezes para as culturas de Outono/Inverno, uma primeira quando se planta e a segunda 1 mês depois.

Rega
No que toca à rega, o essencial é manter o solo/substrato húmido, evitando o encharcamento que provoca a asfixia das raízes das plantas. A água deve ser aplicada ao solo/substrato, evitando molhar as folhas das plantas, o que, na condição de calor, provoca o aparecimento de doenças. Como exemplo de frequência de rega, pode ser feito dia sim, dia não, se estiver calor e duas vezes por semana, se estiver frio. Para facilitar o processo, pode ser instalado um sistema de rega gota-a-gota e também um temporizador que automatiza a rega, definindo o número de vezes que rega por dia e o tempo que fica ligado de cada vez.

No caso de um vaso com prato que não seja mais alto do que a camada drenante de bolas de argila expandida (leca) e depois do substrato estar totalmente hidratado é possível fazer a rega por sub-irrigação, aplicando água ao prato e a água sobe por capilaridade, o que mantem o substrato sempre húmido. Desta forma as plantas terão sempre água disponível, necessária para o seu crescimento.

Obtenha mais informação no Manual das Hortas Comunitárias de Cascais.