Quando de pegadas de dinossauros se fala, Portugal é uma referência a nível internacional, sendo que desde o século XIX que são descobertos vestígios destes seres em terrenos nacionais. Em Cascais, foram encontradas, há alguns anos, pegadas na Praia da Parede e, agora, surgem mais provas que os dinossauros andaram por território cascalense.
Recentemente, na Lage da Ponta da Pedra do Sal, em São Pedro do Estoril, foram descobertas mais 9 pegadas de dinossauros. Uma descoberta que acrescenta à importância que o município apresenta no panorama arqueológico e paleontológico nacional.
São 9 pegadas de três grupos diferentes de dinossauros: ornitópodes, terópodes e saurópodes. As pegadas encontram-se numa camada litosférica formada durante o Cretácico Inferior. Ou seja, há, pelo menos, 100 milhões de anos. As pegadas descobertas na Praia da Parede encontram-se na mesma camada que estas nove da Ponta da Pedra do Sal.
Estas pegadas estão na superfície de um estrato pouco espesso de calcário margoso, no topo da sucessão que aflora no promontório e regista uma sedimentação de vasa margo-calcária em contexto médio-litoral, permitindo a preservação do rebordo saliente do contorno de cada pegada, resultante da expansão lateral da vasa plástica, devido à pressão exercida pelas patas dos dinossauros.
A Praia da Parede apresenta apenas pegadas de dinossauros saurópodes, enquanto que aquelas encontradas na Ponta da Pedra do Sal mostram três conjuntos diferentes de pegadas, representando uma maior diversidade de dinossauros neste icnossítio.
Este estudo, encabeçado pelo Prof. Silvério Domingues Figueiredo, foi publicado na revista científica “Boletim do Centro Português de Geo-História e Pré-História” e será apresentado no Congresso Internacional Virtual de Paleontologia, que irá decorrer em maio de 2023.