A Casa das HistĂłrias da Paula Rego, em Cascais Ă© palco da 3ÂȘ ConferĂȘncia Anual do Instituto PortuguĂȘs de Direito do Mar (IPDM) que decorre esta sexta-feira, 21 de junho. Um evento realizado no Ăąmbito do protocolo assinado entre a CĂąmara Municipal de Cascais e o IPDM, que tem como objetivo aproximar o Direito do Mar Ă população em geral, apresentando temas complexos de forma acessĂvel, mas com o rigor e assertividade que a temĂĄtica exige.
A conferĂȘncia deste ano, focada em "Disputas Internacionais e o Direito do Mar", reĂșne participantes de vĂĄrios paĂses, incluindo Nova ZelĂąndia, AustrĂĄlia, JapĂŁo, Coreia e China. Estes especialistas internacionais estĂŁo a debater desde a delimitação de fronteiras marĂtimas atĂ© aos desafios impostos pelas alteraçÔes climĂĄticas e a proteção dos recursos naturais.
"O tema da conferĂȘncia de hoje Ă© bastante auspicioso, no sentido de que esta serĂĄ o maior evento internacional de Direito do Mar apĂłs o recente parecer consultivo do Tribunal Internacional do Direito do Mar sobre as Mudanças ClimĂĄticas e o Direito Internacional," revelou Vasco Becker-Weinberg, presidente do Instituto PortuguĂȘs de Direito do Mar, no arranque desta edição.
Os participantes, vindos de diferentes partes do mundo, tĂȘm a oportunidade de trocar experiĂȘncias e conhecimentos, promovendo um diĂĄlogo enriquecedor sobre as vĂĄrias dimensĂ”es do Direito do Mar. A diversidade dos paĂses representados reforça a importĂąncia global das questĂ”es discutidas e a necessidade de cooperação internacional.
âPortugal Ă© uma nação marĂtima com uma tradição ancestral ligada aos assuntos marĂtimos e fortemente empenhada na governança global dos oceanos," lembrou LĂdia BulcĂŁo, SecretĂĄria de Estado do Mar, apĂłs dar as boas vindas aos participantes.
Ao longo do dia, os painĂ©is de debate vĂŁo proporcionar uma visĂŁo aprofundada dos princĂpios e regras aplicĂĄveis ao mar, incluindo a delimitação das fronteiras marĂtimas, o julgamento de casos relativos Ă s alteraçÔes climĂĄticas, e a jurisdição sobre os recursos naturais marinhos. A conferĂȘncia vai tambĂ©m abordar a forma como as alteraçÔes climĂĄticas e o ambiente marinho influenciam as medidas de segurança no mar, tanto a nĂvel operacional como de planeamento e prevenção. Ăreas marinhas protegidas estĂŁo a ser discutidas como ferramentas essenciais para a gestĂŁo sustentĂĄvel dos usos do mar.
âCascais tem a primeira ĂĄrea marinha protegida gerida localmente em Portugal e estamos agora a trabalhar na criação conjunta de uma ĂĄrea marinha protegida intermunicipal,â recordou LuĂs Almeida CapĂŁo, diretor municipal de Ambiente e Sustentabilidade da CĂąmara Municipal de Cascais, presente na abertura em representação de Carlos Carreiras, presidente da CĂąmara Municipal de Cascais.
O diretor, recordou ainda outros projetos em curso em Cascais: âEstamos a recuperar as florestas marinhas de Cascais e esperamos restaurar um hectare deste ecossistema atĂ© 2030. Investimos mais de 2 milhĂ”es de euros nos Ășltimos trĂȘs anos em infraestruturas marĂtimas para a pesca, garantindo a qualidade e a segurança das operaçÔes em terra e no monitoramento da vida subaquĂĄtica e da qualidade da ĂĄgua ao longo de todo o seu cicloâ.
Este evento, que tambĂ©m contou com a participação, via vĂdeo, de Kay Rala Xanana GusmĂŁo, Primeiro-Ministo de Timor-Leste, vai ainda realizar uma anĂĄlise da segurança marĂtima nos paĂses de lĂngua portuguesa e o papel da ciĂȘncia no estabelecimento de regras bĂĄsicas e na garantia das prioridades da saĂșde humana na segurança marĂtima destes paĂses irmĂŁos.
A 3.ÂȘ ConferĂȘncia Anual do Instituto PortuguĂȘs de Direito do Mar (IPDM) estĂĄ, desta forma, a proporcionar uma plataforma Ășnica para debater questĂ”es cruciais que afetam os oceanos e a nossa relação com eles, promovendo um futuro sustentĂĄvel para os nossos mares.
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