
No âmbito do projeto europeu Urban ReLeaf, a Cascais Ambiente realizou, entre os meses de junho, agosto e setembro, uma campanha que juntou pessoas e tecnologia em sete parques do concelho para avaliar o impacto da vegetação e das zonas de sombra no stress térmico das áreas urbanas. Os utilizadores destes espaços verdes foram convidados a partilhar a sua perceção sobre os níveis de conforto térmico, enquanto sensores móveis fizeram medições objetivas e em tempo real de temperatura e humidade nestes locais.
A proposta inovadora visa produzir evidências mais robustas que orientem a tomada de decisão para um planeamento do território mais resiliente e à prova de futuro. Os resultados obtidos vão permitir desenvolver um mapa de conforto térmico do concelho em 2026 e estão já a influenciar regulamentos e tomadas de decisão de investimento municipais em novas árvores, zonas de sombreamento e redesenho de espaços verdes.
A campanha decorreu em sete parques verdes de Cascais: Jardim Constantino, Bosque das Fontainhas, Parque Urbano do Penedo, Parque Urbano da Quinta da Carreira, Parque Urbano de Trajouce e Centro de Cascais. Estes locais foram selecionados pela sua diversidade em cobertura vegetal, densidade urbana e perfis de utilização, oferecendo uma visão abrangente de como o stress térmico afeta o território.
Com base nas medições e avaliações realizadas, foi possível concluir que parques com maior cobertura vegetal, como o Parque Urbano da Quinta da Carreira, mostraram melhores níveis de conforto térmico, mesmo nos dias mais quentes. Já os espaços mais expostos, como acontece no Bosque das Fontainhas e no Parque Urbano da Abóboda, registaram temperaturas mais elevadas, e, por conseguinte, níveis de conforto mais baixos. Estes últimos passam a ser identificados como prioritários para intervenção, confirmando o papel crucial da vegetação na regulação térmica.
Ao juntar cidadãos, tecnologia e políticas públicas, Cascais está a transformar dados em ação, construindo uma cidade mais saudável e resiliente face às alterações climáticas.
À semelhança de muitas cidades, também em Cascais são sentidos episódios de calor extremo cada vez mais frequentes e intensos que afetam a saúde e a qualidade de vida das pessoas, sobretudo das crianças, dos mais velhos e de pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Assente na sua estratégia para o Plano Municipal de Ação Climática, a autarquia lançou uma Campanha de Stress Térmico, integrada no projeto europeu Urban ReLeaf, que visa promover comunidades urbanas mais resilientes e sustentáveis. Esta iniciativa contou com a colaboração de jovens voluntários do programa Cascais Jovem, que acompanharam os percursos e apoiaram a população na utilização dos sensores.