Cascais tem uma nova Rota para percorrer. A Rota do Ocidente vem ajudar a situar Cascais como referência no turismo de luxo do século XXI: um conjunto de experiências únicas, verdadeiras, com um impacto mínimo nos ecossistemas. Entre estas experiências estão pernoita em glamping e refeições premium confecionadas com produtos locais.
Atravessando o Parque Natural de Sintra-Cascais, com epicentro na Quinta do Pisão, a Rota do Ocidente estabelece uma ligação da orla costeira com o interior da serra e apresenta-se como elemento condutor para a descoberta de um território único.
Ao todo são 50 quilómetros, entre Cascais (com partida Ecocabana à entrada do parque Marechal Carmona) até ao Santuário da Peninha, passando pelo litoral, aldeias serranas de Cascais como a Malveira e Almoinhas Velhas, e regresso a Cascais.
A proposta é para uma vivência muito pessoal, dividida por três dias e duas noites, onde cada um passa a fazer parte deste imenso património natural.
“Este produto vem responder à vontade de contacto com a natureza”, explica Joana Balsemão, vereadora do Ambiente, partilhando que “com a pandemia, a visitação da Quinta do Pisão cresceu 30%”, pois as pessoas procuram espaços ao ar livre onde se sentem mais seguras. “É altura de nos focarmos num turismo mais inteligente e responsável, ou seja, mais sustentável”, salienta a autarca, antecipando que, em julho, Cascais vai abrir mais 15 trilhos verdes.
A ideia da Rota do Ocidente, assenta na possibilidade de fazer uma visitação regrada do Parque Natural de Sintra-Cascais, com apoio que favoreça a segurança e o conforto. É o caso das zonas de estacionamento, mapas ou dos painéis informativos, ou ainda de pacotes de serviços para pernoita em glamping (tendas montadas e desmontadas sem prejudicar a natureza), alimentação com produtos vindos diretamente da horta, transporte em bicicleta elétrica, a cavalo ou com apoio de burros, atividades como arvorismo, observação de aves ou de atros, e ateliês por exemplo, para produção de óleos essenciais.
“Esta Rota do Ocidente é a cereja no topo do bolo”, afiança João Melo, diretor da Cascais Ambiente, que ao longo dos últimos 10 anos tem coordenado a equipa que transformou a Quinta do Pisão no espaço que hoje conhecemos.
“Para aqueles que não acreditam que temos a capacidade de mudar o mundo, a Quinta do Pisão é um bom exemplo”, aproveitou para referir Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, comparando o passado decadente de há 20 anos, com o que hoje se oferece neste espaço. Fruto de um investimento de cerca de cinco milhões de euros, na sua maioria de programas e fundos europeus como o Instituto do Turismo de Portugal, Poseur e PorLisboa2020, a que se somou também muito trabalho de voluntários, permitiram abrir a Quinta, dotá-la de percursos, recuperar as suas estruturas, acolher animais como os burros lanudos, cavalos e as ovelhas campaniças, colocá-la ao serviço da natureza e dos visitantes.
É o que Carlos Carreiras apelida de “biofelicidade”, ou seja, “a capacidade de se ser feliz em respeito pela natureza”, associada a uma certeza: “venha quem vier, já não consegue andar com isto para trás”.
As ações previstas para dinamizar a rota preparam, requalificam e beneficiam as zonas por onde a própria rota passa. Além de assegurar uma boa experiência ao visitante em termos de segurança e conforto, proporciona também experiências inesquecíveis num percurso único em comunhão com a natureza.
Glamping e refeições com produtos da horta
Os modelos de visitação alternativos incluem não só a realização de trilhos, mas também pacotes de experiências e interpretação do património ambiental, material ou imaterial. Por exemplo é possível contratar serviços como caminhadas na companhia dos burros lanudos da Quinta do Pisão, ou reservar uma experiência de glamping, ou seja, acampar em plena natureza com todo o glamour de um hotel, e porque não tomar refeições premium confecionadas com produtos locais… Tudo opções com um enorme potencial de atração de turismo qualitativo.
O trabalho de promoção da Rota junto de países como Reino Unido, Suécia e Holanda começa agora, assim que a pandemia e as limitações de viagens o permitam.
FH/CMC