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Primeiros resultados Expedição Oceano Azul

Terça, 18 Outubro 2022
Cascais, Oeiras e Mafra caracterizam valores naturais da região

Habitats como jardins de corais, campos de esponjas, florestas de kelp e recifes de sabelária. Espécies de aves, algumas muito ameaçadas, mamíferos marinhos, como golfinhos comuns e roazes, espécies de peixes, entre elas atuns, lírios e canários-do-mar, e muitas de invertebrados. Uma montanha, com o nome de Camões, identificada como um local particularmente rico em espécies e habitats.

Estas foram algumas das descobertas já divulgadas pela Expedição Oceano Azul que decorreu ao largo de Cascais, Sintra e Mafra durante o mês de outubro. Foram 12 dias em que se percorreram mais de 600 milhas e foram realizados 270 mergulhos para explorar o fundo do mar.

A bordo do navio Santa Maria Manuela e movidos pela vontade de aprofundar o conhecimento do mar ao largo dos territórios para o poder proteger e gerir de forma sustentável, os três municípios asseguraram uma primeira caracterização dos valores naturais da região. De recordar que Cascais detém a primeira Área Marinha Protegida de gestão local nas Avencas.

“Esta expedição científica multidisciplinar, com vários centros de investigação e com o objetivo de caracterização do habitat marinho e das principais espécies que o compõem, associado ao conhecimento já existente e acumulado ao longo de mais de 10 anos de estudos na zona costeira de Cascais, é o início de tudo, a começar por aprofundarmos as nossas capacidades de desenvolver ciclos de criação de riqueza com o aproveitamento dos ativos estratégicos que possuímos, Cascais é cem vezes maior no mar do que em terra. Só protegemos o que conhecemos e essa é uma verdade transversal a toda a comunidade: científica, económica e social. Para Cascais é este o objetivo final desta expedição científica.”, diz Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais.

A iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal de Mafra, Câmara Municipal de Sintra e Fundação Oceano Azul, conta com o apoio do Ministério da Economia e do Mar e do Ministério do Ambiente e Ação Climática.

A expedição contou com a participação de 58 investigadores de instituições científicas como o MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (pólos ISPA, IPLeiria, ULisboa,  UÉvora e Madeira), o CCMAR - Centro de Ciências do Mar, o CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves , o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera  e o IH - Instituto Hidrográfico. Os pescadores locais também deram uma ajuda fundamental.

Para a Fundação Oceano Azul, a criação de novas áreas marinhas protegidas é decisiva para a valorização, promoção e proteção do capital natural marinho. "Foi com base nesta consciência e através de um trabalho conjunto, que envolveu no terreno diversas instituições científicas, a par de pescadores locais, que esta expedição foi possível”, refere José Soares dos Santos, Presidente da Fundação Oceano Azul. “O oceano precisa urgentemente de ação e com esta expedição os municípios de Cascais, Mafra e Sintra deram um passo decisivo e fundamental para proteger de forma mais efetiva o capital natural marinho”, acrescenta.

A Fundação Oceano Azul prevê o lançamento do documentário, produzido por Nuno Sá e Pepe Brix, sobre esta expedição até janeiro de 2023, altura em que também será apresentado o relatório científico.

Expedição Oceano Azul Cascais | Mafra | Sintra em números

• 58 investigadores

• 17 pescadores com 5 embarcações de 4 associações – 248 h de trabalho

• 270 mergulhos, dos quais 154 mergulhos científicos

• Cerca de 50 km de costa

• Mais de 600 milhas percorridas

• Profundidade máxima (ROV): ~96m, Montanha de Camões

Sobre a expedição:

• Promotores: Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal de Mafra, Câmara Municipal de Sintra e Fundação Oceano Azul, com o apoio do Governo Português.

• Coordenação científica: Fundação Oceano Azul

• Equipa científica: Fundação Oceano Azul, MARE, CCMAR, CESAM, SPEA, IPMA e IH.

Sobre a Fundação Oceano Azul

A Fundação Oceano Azul foi criada em 2017, com a motivação de contribuir para um oceano mais saudável e produtivo. Sob o mote “From the ocean’s point of view”, a Fundação trabalha três conceitos: blue generation, blue natural capital e blue network. Com uma abordagem assente na ciência, o modelo de mudança da Fundação Oceano Azul integra estes conceitos nos projetos que desenvolve em diferentes áreas como literacia, conservação, pesca sustentável, campanhas de sensibilização, economia azul e capacitação, nomeadamente trabalhando com governos, fundações e organizações da sociedade civil, ONU e UE, para fazer avançar a agenda internacional dedicada ao oceano.

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