Em Trajouce, freguesia de S. Domingos de Rana, junto ao Bairro do Cação (próximo da fábrica de bolos) começa a desenhar-se o novo rosto da Ribeira de Sassoeiros. A criação de duas bacias de retenção (uma junto à EN249-4, outra mais no interior da localidade), que ficarão prontas em fevereiro de 2022, vai ajudar a acomodar as águas, diminuindo o risco de cheia neste local.
Liberta-se área do leito de cheia, permitindo abrir a porta à legalização de 147 casas na envolvente, mas, sobretudo, requalifica-se uma zona global com 3,4 hectares para usufruto da população. Alivia-se ainda a pressão sobre a praia de Carcavelos, destino final da ribeira, uma vez que a requalificação (a montante, agora em Trajouce e, posteriormente, na Quinta dos Ingleses) vai permitir resolver os focos de poluição que, com alguma frequência, ainda perturbam esta importante praia do concelho.
Um novo parque urbano
Fruto desta importante intervenção paisagista e hidráulica, cujo projeto conta com a colaboração de António Carmona Rodrigues, “um dos maiores especialistas em hidráulica no país”, como referiu Carlos Carreiras no arranque dos trabalhos, vai nascer no limite do concelho um parque urbano com cinco mil metros quadrados. É este o resultado de uma operação demorada porque muito complexa, que obrigou à intervenção de múltiplas áreas municipais, umas de forma mais visível do que outras.
Mas não será preciso esperar pelas cheias que ocorrem de 20 em 20 ou de 50 em 50 anos para tirar partido do investimento municipal. Em tempo seco, a bacia de retenção criada cumprirá as funções de parque urbano, fruto da valorização do património natural e da regeneração do espaço público.
Sobe, assim, para 28 o número de parques urbanos existentes no concelho, esperando-se ainda a criação de mais sete, no âmbito das já previstas ações de requalificação das ribeiras concelhias.
Ligação Norte/Sul
Esta intervenção vem promover um forte impacto na ligação Norte/Sul do território concelhio ligando Trajouce a Carcavelos. Responde a uma visão estratégica ao nível da sustentabilidade ambiental, por parte da Câmara Municipal de Cascais, e uma das prioridades do Pacto Verde Europeu.
Responde ainda ao desafio de uma revolução verde, tanto no planeamento e gestão das cidades, como na vivência da vida urbana, com foco em novos valores sociais, culturais e ambientais, assim como a aspetos de restauro ecológico, prevenção de cheias e criação de espaços públicos saudáveis.
Permite estreitar relações entre a urbanidade e natureza, conduz a uma matriz com benefícios para os cidadãos e o meio ambiente, considerando aspetos de restauro ecológico, prevenção de cheias e criação de espaços públicos saudáveis, inclusivos.
Aspetos principais do projeto (1ª fase):
- 3,4 hectares de área de intervenção
- 850m de linha de água regularizada
- Duas novas bacias de amortecimento de cheias/retenção
- 1.100m de percursos pedonais e cicláveis para promover ligações intraurbanas
- 5.000m2 de novos espaços verdes e galerias ripícolas
Objetivos:
- Regularização do caudal da ribeira = menos riscos de inundação
- Renaturalização do leito e margens = aumento da biodiversidade
Ao longo da ribeira:
- Requalificação do espaço público = novos espaços verdes e parques urbanos
- Incremento da mobilidade suave = criação de eixo contínuo de cicl