A Quinta do Pisão, em Cascais, acolheu ontem, 25/07, 10 fêmeas e 1 macho de veado-vermelho ibérico, como parte de um projeto de renaturalização.
Esta espécie, que quase foi extinta em Portugal no final do século XIX devido a caça e perda de habitat, tem visto um aumento na sua população desde a década de 1970, graças a esforços de reintrodução e recolonização natural.
“Estes mamíferos vão abrindo clareiras, vão criando novas rotas, vão permitindo, com essas novas clareiras, a criação, a entrada, e o aparecimento de novas espécies. Por exemplo, como faz o trabalho das ovelhas campaniças, dos garranos na peninha, dos corços que já temos também, ou como os cavalos Sorraia, e os burros lanudos de Miranda têm feito, tornando os ecossistemas de Cascais mais diversos”, assegurou Luís Capão, Presidente da Cascais Ambiente, acrescentando que “assim, a nossa paisagem pode estar mais resistente e, de facto, mais preparada para aquilo que é o fenómeno natural da bacia do Mediterrâneo, onde Cascais obviamente se insere, trazendo os fenómenos extremos das alterações climáticas, onde o incêndio, de facto, se insere”.
O evento contou com a presença do Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, juntamente com Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Nuno Piteira Lopes, Vice-presidente, José D’Almeida, Vereador, Luís Capão, Presidente da Cascais Ambiente, João Melo, Diretor da Cascais Ambiente, entre outros convidados e especialistas na temática.
Antes da libertação dos animais na zona do Pisão de Baixo, o Engenheiro João Melo procedeu a uma apresentação, demonstrando aos presentes as características do ecossistema da Quinta e os benefícios que as espécies introduzidas trazem ao mesmo.
“Tem sido uma valorização de um território imenso que está aqui na proximidade de uma malha intensa urbana e que, segundo me transmitiram com muito agrado, se verifica que é um dos spots mais visitados do município de Cascais, e portanto as pessoas têm um agrado muito grande por tudo o que tem a ver com o mundo rural”, referiu o Secretário de Estado.
Carlos Carreiras salientou a importância deste espaço para os cascalenses, enquanto espaço de turismo mas também de aprendizagem, referindo que têm “vindo a introduzir um grupo de espécies, no parque, que garante a sua preservação”, de forma a conservar este espaço verde garantindo a sua sobrevivência.
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