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Intervenções florestais na Quinta do Pisão

Sexta, 10 Dezembro 2021
Ações de prevenção dos incêndios florestais e de preservação da floresta nativa em curso na Quinta do Pisão

No âmbito do Plano de Gestão da Biodiversidade definido para a Quinta do Pisão estão a ser executadas medidas de conservação dos habitats desta área protegida tais como, ações de prevenção dos incêndios florestais e ações de preservação das áreas florestais autóctones.

As formações florestais consociadas com manchas contínuas de mato existentes representam um elevado risco de incêndio florestal, pelo que é necessário efetuar uma intervenção preventiva. Neste sentido, será necessário executar uma gestão seletiva para reforçar a descontinuidade horizontal e vertical dos combustíveis e promover a recuperação da vegetação nativa e habitats naturais.

Esta intervenção pressupõe o seguinte:

  • Reconversão de eucaliptal em carvalhal – através do corte e remoção de espécies exóticas (eucalipto) e invasoras (acácia, pitósporo, erva-das-pampas), promove-se a regeneração natural de espécies nativas;
  • Controlo de erosão – redução do impacto no solo através da extracção da madeira ao longo das curvas de nível e manutenção dos cepos nas zonas declivosas;
  • Redução do impacto sobre a fauna – realização dos cortes fora do período de nidificação de aves e gradualmente (em talhões) para salvaguarda de zonas de refúgio;
  • Plantação de espécies nativas – prevê-se a plantação de árvores e arbustos de origem local, provenientes do Banco Genético Vegetal Autóctone.

 

Plano de Gestão da Biodiversidade da Quinta do Pisão.

A intervenção florestal em curso está integrada nas acções preconizadas no Plano de Gestão da Biodiversidade da Quinta do Pisão. Este plano visa a promoção da biodiversidade através da diversificação do coberto florestal tendo em conta a importância dos bosques e matos na prestação de serviços ecológicos (sequestro de CO2, conservação e formação de solo, regulação climática, regulação do ciclo da água, regulação do ciclo de nutrientes, refúgio de biodiversidade) e de outros benefícios diretos (produção de alimentos e de madeira, recursos genéticos, informação estética e espiritual, informação histórica e cultural, educação e ciência).

Habitats naturais na Quinta do Pisão

Existem na Quinta do Pisão habitats naturais abrangidos pela Diretiva Habitats 92/43/CEE e contemplados no Plano Sectorial da Rede Natura 2000. Estas áreas florestais correspondem maioritariamente a carrascais (5330pt6), tojais-urzais de Ulex jussiaei e Erica spp. (4030pt3). A sua manutenção é fundamental para a preservação da biodiversidade local e para a entrada de elementos sucessionalmente mais evoluídos (e.g. Quercus suber, Arbutus unedo) no estabelecimento de um mosaico de paisagem constituído pela vegetação natural potencial destes locais.

Deste modo, esta intervenção passa pela reconversão de eucaliptal em carvalhal e promoção da regeneração natural da vegetação autóctone arbórea e arbustiva através da eliminação da vegetação exótica (e.g. Eucalyptus globulus) e invasora (e.g. Acacia spp., Cortaderia selloana, Pittosporum undulatum) e criação de manchas de floresta aberta para conservação de áreas de matagal mediterrânico, sebes, bosquetes e arbustos assegurando um mosaico de habitat adequado a um grande número de espécies com estatuto de protecção, incluindo o morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros) que tem estatuto de vulnerável.

Medidas mitigadoras

Quaisquer impactos em espécies florestais serão mitigados mediante instalação de abrigos e caixas-ninho em manchas florestais nativas envolventes. Em situações em que a regeneração seja escassa e/ou o perigo de invasão/substituição sucessional por matos seja elevado prevê-se a plantação de árvores com compassos elevados (50 árvores/ha) de sementes locais. Estas plantações serão consociadas com o controlo de invasoras (regeneração por toiça e/ou semente) e limpeza seletiva de matos por manchas incidindo na vegetação herbácea e arbustiva de maior combustibilidade (tojos, sargaços, urzes e silvas), preservando exemplares de regeneração natural. Em áreas com regeneração natural, pretende-se facilitar o estabelecimento de indivíduos de maior porte pelo desbaste seletivo de varas muito densas e/ou indivíduos dominados.