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Horta comunitária do Bosque dos Gaios tem mais nove parcelas

Segunda, 30 Janeiro 2017
Hortas comunitárias
Está maior e mais ensolarada a Horta Comunitária do Bosque dos Gaios, no Estoril. Nove novas parcelas juntaram-se às cinco inauguradas em 2009, alargando para 14 o total de terrenos disponíveis para a população. A configuração da horta comunitária foi ligeiramente alterada e sacrificaram-se alguns zambujeiros do bosque para permitir mais luz nos terrenos cultivados.

“Esta foi a primeira horta comunitária do concelho”, recordou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, esta manhã, perante o grupo de hortelãos, novos e mais antigos, e respetivas famílias. “Se os moradores que estão contra as hortas comunitárias noutros locais vissem esta deixavam de estar contra”, reforçou. 
 
Para o presidente da Câmara, a horta comunitária do Bosque dos Gaios é um exemplo a ter em conta porque com a sua construção foi possível preservar o bosque, o espaço permitiu ainda concretizar outro projeto, um dog park e, entre os hortelãos que moram aqui perto, mas também noutros bairros, há uma grande vontade de preservar o espaço.
 
“Este é um processo de sucesso mais vai demorar algum tempo”, assentiu Carlos Carreiras, acrescentando: “estou certo que vão retirar daqui muitos momentos de prazer e boa disposição, além dos produtos biológicos”.
 
Para Tomás, quase a fazer três anos, nem foi preciso esperar muito para por as mãos na terra. Mal se viu com o vaso de tomilho recebido pelo pai, David Granada, um dos novos hortelãos, pediu para ir plantar. Para o pai não houve motivo de espanto: “eu sou natural de Alcobaça e os meus avós sempre tiveram quintais e eu sempre os ajudei a plantar, tomate, pepino, alface e isso foi uma parte importante na minha educação. Agora acho que também será importante na do Tomás”.
 
José do Rego, com 76 anos, está na horta comunitária do Bosque dos Gaios desde 2009. Aos 76 anos, este antigo tipógrafo do jornal “O Século” acha que a horta pode ainda crescer mais: “aqui há muito terreno e a terra é boa. Isto era tudo um grande laranjal”. Satisfeito com as alterações feitas pela Câmara Municipal, que permitiram melhorar as vedações e os abrigos e dar mais sol à horta, só tem pena que haja por aí larápios que levem da terra os frutos que tanto trabalho dão a criar.
 
No total já existem no concelho 357 parcelas de terra cultivadas pelos cidadãos, mas a lista de espera é grande, ultrapassando as 1500 pessoas inscritas para terem acesso a um terreno onde cultivar.