Pântanos, charcos, lagos, rios, pauis, áreas inundadas ou alagadas com água, de forma permanente ou sazonais. No próximo dia 2 de fevereiro, assinala-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas e Bem-Estar Humano. Um momento para refletir na importância destes locais e apelar â proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo.
Em 2024, a comemoração da data, organizada pelo Secretariado da Convenção sobre as Zonas Húmidas, salienta a dependência humana destes ecossistemas que sustentam a vida. Devem ser saudáveis para continuarem a fornecer água e alimentos, a suportar a biodiversidade, proporcionar meios de subsistência, proteger contra fenómenos meteorológicos extremos e a mitigar as alterações climáticas.
A campanha deste ano incentiva a partilha de três mensagens:
--> Investir na utilização sustentável das zonas húmidas significa investir no futuro da humanidade.
--> As zonas húmidas podem proporcionar às cidades e aos seus habitantes múltiplos benefícios económicos, sociais e culturais que apoiam o bem-estar humano.
-->O restauro das zonas húmidas é essencial para superar a crise climática e da biodiversidade e para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para benefício de todas as pessoas.
Em Cascais, o investimento nas ribeiras do concelho tem sido uma prioridade e já há vários exemplos que demonstram a importância do restauro e revitalização destes espaços. Autênticos corredores ecológicos, permitem a fruição de pessoas entre a costa e o interior. São aproveitados tanto no dia a dia como para momentos de lazer ou desporto. A requalificação destes locais contribui ainda para a implementação de estratégias para a mitigação do impacte das alterações climáticas.
Além das intervenções, as equipas fazem a monitorização através do projeto “Ribeiras de Cascais”, com o intuito de aumentar o conhecimento da biodiversidade e habitats das ribeiras do concelho, desenvolvendo assim ferramentas para uma gestão territorial fundamentada. Este projeto acompanha as ribeiras das Vinhas, Lage e Caparide, e pretende caracterizar e avaliar os ecossistemas fluviais, por forma a desenvolver medidas de gestão adequadas e adaptadas à realidade do concelho, valorizando o património natural aí existente. Há espécies ameaçadas que dependem destes habitats para sobreviver. (Ver aqui)
Ribeira das Vinhas
No caso da Ribeira das Vinhas, um percurso de sete quilómetros que liga a Baía de Cascais à Quinta do Pisão, no Parque Natural Sintra-Cascais, foi possível recuperar um caminho utilizado há muitos anos pelos saloios locais. Escondido entre o espaço urbano e a natureza, o trilho adjacente permite um agradável passeio e locomoção com formas de mobilidade suave. E, para tornar o território mais resiliente, durante a requalificação foram criadas bacias de retenção preparadas para acolher a água das chuvas em períodos de maior intensidade.
Saiba mais sobre este projeto aqui
Ribeira de Sassoeiros
Com a 2.ª fase da obra concluída no fim do último ano, o projeto de requalificação da Ribeira de Sassoeiros começa a ganhar cada vez mais forma. Além das intervenções permitirem que também tenham sido criadas bacias de retenção, o território foi renovado para que seja aproveitado pela comunidade.
Saiba mais sobre este projeto aqui
Sobre o Dia Mundial das Zonas Húmidas
Estima-se que, desde 1970, desapareceram cerca de 35% das zonas húmidas e, as que restam, estão a desaparecer três vezes mais depressa do que as florestas. Como resultado direto, as espécies estão a diminuir mais rapidamente do que em qualquer outro momento da história humana e o ritmo está a acelerar – com as espécies das zonas húmidas a serem as que mais diminuem.
A Década das Nações Unidas para o Restauro dos Ecossistemas (2021-2030) é um apelo à proteção e à revitalização dos ecossistemas em todo o mundo. Até 2030, vamos todas e todos reverter o declínio das zonas húmidas naturais. O Dia Mundial das Zonas Húmidas é o momento ideal para aumentarmos a compreensão acerca destes ecossistemas extremamente importantes.