A convite da cidade de Sausalito, o município de Cascais marcou presença no desafio ao Ocean Hackathon entre os dias 2 e 4 de dezembro em Sausalito, Califórnia. Esta iniciativa teve como objetivo concretizar um projeto ou ideia que surja da necessidade dos utilizadores do mar e que necessite do conhecimento de especialistas conceituados.
Como registar em tempo real os diversos usos da zona costeira? Foi a questão lançada por Cascais através da equipa da Unidade da Estratégia Municipal para o Mar em conjunto com a Sustainable Ocean Alliance e o Center for Sea Rise Solutions.
A equipa que trabalhou durante 48 horas no desafio lançado por Cascais foi a vencedora desta iniciativa. Os 8 jovens vindos das mais variadas regiões do mundo, América, Caraíbas, Taiwan, Honduras e Brasil apresentaram a criação de uma ferramenta de monitorização baseada num sistema de dupla entrada de informação: através do sistema de identificação automática das embarcações e da infomação obtida da população náutica através de uma linha de emergência e de uma app para telemóveis. Este protótipo proposto utilizará o software Rstudio possibilitando a visualização das rotas das embarcações nas águas de Cascais, informação geográfica de base do município, pontos de onde ocorreram reports dos cidadãos e um mapa em construção ao longo do tempo, que sinalizará os locais mais problemáticos da nossa costa. A partir deste modelo que irá ser testado em Cascais, será possível a replicação desta tecnologia à realidade de outras cidades costeiras.
A equipa vencedora vai agora competir com as equipas finalistas das outras 12 cidades mundiais, na grande final que decorrerá em Breste, França, no próximo mês de fevereiro de 2023.
O evento Ocean Hackathon (Maratona Oceânica Tecnológica) é promovido pelo Campus Mundial do Mar, principal comunidade de especialistas com foco no estudo e desenvolvimento económico do oceano, cuja característica principal reside nas sinergias entre a sua rede de stakeholders académicos, científicos, económicos e institucionais que trabalham em toda a ciência e tecnologia marinha e a economia marítima em geral.
Mais sobre o Desafio lançado por Cascais:
Uma grande lacuna na Estratégia Municipal Marítima de Cascais é a informação náutica georreferenciada, os diferentes usos observados no nosso litoral não são mapeados com precisão e, diferentes atividades ocorrem frequentemente na mesma área, criando conflitos. A falta de vigilância marítima na zona costeira do concelho permite a existência de atividades de pesca ilegais mascaradas de atividades náuticas, criando um problema de conservação da biodiversidade e um sentimento de injustiça para os nossos pescadores locais.
Uma ferramenta que permita verificar o uso costeiro em tempo real e que seja fácil de usar num telemóvel ou num dispositivo portátil, permitiria a criação de padrões de utilização pelas diferentes entidades que operam no Mar de Cascais e, igualmente a deteção de entradas ilegais de veículos a motor na nossa área marinha protegida local (AMP das Avencas). Este tipo de informação é difícil de obter devido a muitas formas e origens diferentes de dados. Como e onde aceder a este tipo de dados foi o desafio resolvido.
