Já há 65 mil famílias a separar biorresíduos em Cascais. Só no primeiro trimestre de 2024, o município recolheu 1.155 toneladas de restos de comida, o que representa já mais do dobro do ano anterior. Números que demonstram a eficácia da estratégia adotada pelo concelho que iniciou esta missão ainda em 2018, com um projeto piloto na freguesia de Carcavelos.
Cascais foi o primeiro concelho português a fazê-lo, antecipando a obrigatoriedade da recolha dos resíduos orgânicos, que entrou em vigor a 31 de dezembro de 2023, no território português. Para garantir a eficácia da iniciativa, foi realizada uma sensibilização porta-a-porta com equipas que, além de entregarem os equipamentos necessários para a realização desta separação, informaram a população sobre a importância desta iniciativa.
A recolha seletiva em sacos verdes baseia-se na separação doméstica dos restos de comida, na deposição dos sacos verdes no contentor dos resíduos indiferenciados e na utilização dos mesmos camiões para a recolha. Uma vez recebidos na Tratolixo, os sacos verdes são separados do restante conteúdo dos camiões e encaminhados para produção de composto e energia elétrica.
“O sucesso deste modelo de recolha de bioresíduos – sacos óticos e sensibilização porta-a-porta – é demonstrado pela enorme taxa de adesão por parte dos munícipes e pela poupança financeira e ambiental que conseguimos alcançar,” salientou Luís Almeida Capão, diretor Municipal de Ambiente e Sustentabilidade, acrescentando: “A recolha de biorresíduos em sacos verdes no contentor do lixo indiferenciado é uma oportunidade para aumentar as taxas de separação dos outros materiais recicláveis e uma metodologia que permite pensar em novos fluxos a serem recolhidos em cocoleção”.
Em 2023, foram recolhidas 2.138 toneladas, o que corresponde a um aumento de 449,14% face ao ano de 2022. Já no primeiro trimestre deste ano, o município recolheu 1.155 toneladas e espera, até ao final de 2024, recolher 4.332 toneladas de restos de comida que, desta forma, deixam de ir parar a aterro e passam a ser utilizadas para produção de energia e fertilizante. Por cada tonelada de biorresíduos, são produzidos 332 kWh de energia eléctrica e 148 kg de composto. Esta energia produzida equivale ao consumo anual de 1.135 casas portuguesas (1220kWh/ ano consumo doméstico médio pt – fonte: Pordata), que está a ser injetada na rede elétrica.
O concelho tem neste momento cerca de 65 mil famílias inscritas neste sistema de recolha e cerca de 90% da população total, no entanto, a sensibilização porta-a-porta continua de forma a recolher cada vez mais adesões em espaços públicos. Durante a Semana do Município, que decorre de 7 a 13 de junho, as equipas de divulgação dos Biorresíduos vão estar presentes em várias iniciativas para angariarem mais aderentes.