“O momento anual de partilha com o projeto Hortas nas Escolas”, disse Joana Balsemão, a vereadora que tem o pelouro do Ambiente na Câmara Municipal de Cascais e que esteve presente, juntamente com Frederico Pinho de Almeida, vereador da Educação, na apresentação que decorreu esta manhã de sábado (27/05/2023) junto à Horta Biológica da Quinta do Pisão. Joana Balsemão lembrou que são já “mais de 60 escolas do concelho com hortas”, um projeto cujo “impacto vai muito além dos legumes que lá são produzidos”, acrescentaria.
Miguel Brito, responsável da Cascais Ambiente por este projeto, explicaria todo o programa que se iniciou há dez anos: “É um programa coordenado pelas Terras de Cascais da Cascais Ambiente em parceria com a vereação da Educação” salientando três componentes do programa: “O acompanhamento técnico, com um mínimo de duas visitas anuais às escolas; o fornecimento de recursos às escolas”, em que cada escola tem quatro pontos por ano, e pode investi-los em “plantas hortícolas, aromáticas, flores comestíveis, fertilizantes, sistema de rega gota-a-gota e ferramentas” e a terceira componente que é a componente formativa: “25 horas de formação creditadas em que os professores obtêm um crédito para progressão na carreira”, explica.
Com o caderno da horta biológica nas escolas, introduzido em 2020, o projeto passou a contar com uma ferramenta pedagógica que contém “10 fichas teórica/práticas que o aluno usa nos 10 meses letivos e as mesmas dez fichas para o professor”. Se nas fichas do aluno ele pode “calcular os quilogramas de fertilizantes aplicados por m2 de horta” aprendendo, por exemplo como funciona o solo. Já o professor, pode consultar os materiais que fornece ao aluno para executar a parte prática e assim “perceber que componentes de disciplinas como a matemática, o português ou as ciências, o aluno aprendeu sozinho através da atividade desse mês”, conclui Miguel Brito.
Esta componente pedagógica das Hortas na Escola é confirmada pela professora de Biologia e Geologia da EBS Helena Cidade Moura, Ana Macedo: “É possível ensinar com as hortas, principalmente biologia e geologia, disciplina que leciono e faço muito isso, interligo os conteúdos programáticos, tipos de solo, a importância do solo, cuidados a ter para manter a produtividade e, ao nível das plantas, por exemplo, métodos de controlo de pragas, que faz parte do programa do 12.º ano”, disse.
Mas, como referiu a vereadora Joana Balsemão, a horta está muito para além da produção de legumes, Joana Balsemão refere-se designadamente à importância da horta como ferramenta de inclusão. Isso mesmo atesta Sandra Mestrinho, professora de Ensino Especial na Ibn Mucana: “Trabalho com um grupo de Educação Especial, um grupo que está em unidade, crianças com dificuldades ao nível da motricidade, mobilidade e acabamos por apostar neste projeto, uma vez que através da horta as crianças conseguem desenvolver todas estas áreas, aproveitamos para trabalhar texturas, os cheiros e acho que funciona muito bem. Os alunos adoram ir lá e é muito positivo”, assegura.
Joana Balsemão acrescenta: “A Horta na Escola é um espaço de inclusão, casa toda esta comunidade educativa, a escola e a própria comunidade que a envolve, e é um local onde se resolvem conflitos e tensões”. “A vitalidade da horta”, explica a vereadora, “influencia a vitalidade dos laços da escola com a comunidade”, conclui Joana Balsemão.
CMC/HC